A TV Cultura está com uma programação especial de 55 anos. Desde semana passada vários programas antigos estão sendo retransmitidos, como Confissões de Adolescente, Mundo da Lua e Castelo Rá-Tim-Bum.
Eu e meus filhos assistimos Mundo de Beakman e depois Mundo da Lua.
No Mundo da Lua, passou o episódio esquadrão do sabonete, onde o Lucas se trancava no banheiro, abria o chuveiro e fingia que tomava banho.
Em determinado momento a mãe dele fala "senão você vai levar uma surra hen", no mesmo momento minha filha pergunta "o que é surra?", pois bem, expliquei feliz por ela nem saber do que se trata.
Mas excetuando alguns pormenores, como esse por exemplo, tão distantes da nossa vida atual, ou ao menos da maioria de nós, rever estes programas além de afagar minha nostalgia e vontade de voltar a acordar, pegar meu copinho de leite com chocolate e deitar no sofá pra assistir Rá-Tim-Bum, Glub Glub, Castelo Rá-Tim-Bum, além de tudo isso, está sendo ótimo para meus filhos.
Desde sempre nós assistimos só streaming, são raríssimas as vezes em que estamos com TV aberta ligada, dá pra contar nos dedos os dias nos quais eu quis assistir globo rural domingo de manhã (não me julguem, juntem-se a mim), então eles não estavam acostumados com tv aberta.
Algumas vezes eles tiveram contato com TV cultura (Quintal da Cultura) na casa da minha avó quando não tinha Netflix por lá.
E o que mais eles estranham é a propaganda (estranham porque também não tem contato com YouTube, que tem bastante anúncio), a pausa do programa pra passar publicidade.
Considero meus filhos bastante calmos e bem pouco impacientes, quando os comparo com outras crianças, mas infalivelmente algum deles fala "mas não vai passar o programa?", “porque tá demorando"?”, "vai ter outro episódio?".
Uma grande vantagem do streaming, é de fato fugir da publicidade e do contato com programas inadequados para a idade das crianças, porém, conheço pouquíssimas pessoas que desativam a função “automática” da Netflix, de modo que se não tem um adulto pra desligar a televisão após 1 episódio, lá se vão horas e horas de Bluey num looping a cada 9 minutos, o que acho péssimo porque é curtíssimo, apesar de gostar do desenho.
Nossos filhos vivem no imediatismo, não tem muito pra onde fugir, ou até tem, como por exemplo esses dias que ligamos a tv a noite (nunca faço isso de dia de semana) pra assistir um programa divertido. E aliás meu filhos ficaram radiantes quando fiz isso.
A vantagem da televisão é o cultivo da paciência pra assistir o próximo episódio só na próxima semana. Cada vez mais percebo a grande importância do ESPERAR, é algo de extrema importância pra vida, pro desenvolvimento do foco, da resiliência, do treinamento de paciência das crianças.
Não se trata de nadar contra a maré, fingir que estamos protegidos na bolha e não participar da sociedade. Mas o que estamos fazendo para cultivar paciência nas crianças? O que estamos fazendo para desenvolver o foco dos nossos filhos, sobrinhos, netos e afilhados?
Antes, porém, precisamos cultivar tudo isso em nós mesmos. Não há como corrigir os filhos, sem antes corrigir os pais.
Está rolando o XII Fórum de Lisboa abordando o tema "Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais". E hoje mesmo saiu uma reportagem da Folha sobre isso, interessantíssima
Mas Fernanda, que tanta notícia jurídica?, pois é minha gente, não se esqueçam que eu sou advogada e achei que talvez vocês pudessem se interessar por estes temas.
Maria Carol Medeiros é uma grande pesquisadora da socialização feminina e os episódios 57 e 58 do podcast dela estão simplesmente imperdíveis!
Procurando o que fazer com as crianças nas férias sem gastar um rim? Planetário!
Um filme interessante e muito bem produzido, além de lindamente interpretado por Emma Stone, no papel de Bella. Porém, concordo com todas as críticas que já li, sobre o filme não ter NADA de empoderador. Pobres Criaturas.
Ontem teve encontro no Clube do Livro Dialeto Materno e foi demais! Nosso próximo mês, vou fazer uma enquete se leremos A polícia da memória OU Véspera de Carla Madeira. Afinal Véspera era nosso livro de maio e eu não pude fazer o encontro naquele mês. Acompanhe as redes sociais do Dialeto Materno para participar!
Com carinho,
Fê
Primeiro, não sabia dessa programação, adorava eses programas, marcaram parte da minha história. Agora que ponto interessante o que trouxe Fe, tenho analisando muito esse ponto de ensinar meus filhos (quanto também aprendo), sobre esperar. Não é fácil, se até adultos, os pais tem ansiedade... Mais que importa lembrar que ensinamos o que aprendemos ou enquanto ensinamos, vamos aprendendo caminhando juntos. Adorei a edição!